Fábrica de Porcelana Vista Alegre
Na margem esquerda do Rio Boco, em Ilhavo, distrito de Aveiro, localiza-se a fábrica de porcelana da Vista Alegre, que engloba o Museu, a Oficina de Pintura Manual da Fábrica, a Capela, as Lojas e o Bairro Operário.
Na margem esquerda do Rio Boco, em Ilhavo, distrito de Aveiro, localiza-se a fábrica de porcelana da Vista Alegre, que engloba o Museu, a Oficina de Pintura Manual da Fábrica, a Capela, as Lojas e o Bairro Operário.
À época, Portugal não possuía qualquer indústria que fabricasse porcelana, sendo o maior importador desse material da China. Influenciado pelo sucesso da fábrica de vidro da Marinha Grande, e pela necessidade de produzir porcelanas dentro de fronteiras, o industrial José Ferreira Pinto Basto, começou por adquirir, em 1812, a Quinta da Ermida, perto da vila de Ílhavo junto da da Ria de Aveiro.
Em 1816 comprou então, em hasta pública, a Capela da Vista Alegre e terrenos envolventes, e, com alvará Régio de 1 de Julho de 1824, D. João VI autorizou aqui o estabelecimento da Fábrica de Porcelana da Vista Alegre. Volvidos cinco anos, a Vista Alegre recebeu o título de Real Fábrica, um reconhecimento pela sua arte e sucesso industrial.
A produção inicial baseou-se no fabrico do vidro e cerâmica “pó de pedra”, e face ao desconhecimento da composição da pasta de porcelana, a produção de vidro foi de grande qualidade, destacando-se as peças com relevos e ornatos lapidados e gravados, e trabalhos de incrustação de medalhões. Em 1880 a Vista Alegre cessou a produção de vidro, tendo-se dedicado exclusivamente ao fabrico de porcelana com a introdução de decorações a ouro e temas com paisagens e delicadas flores, com a participação em certames (Paris e Palácio de Cristal no Porto). A Vista Alegre daria início a uma família de empresários que se mantém relevante na actualidade. A contribuição de artistas estrangeiros, tais como Victor Rousseau, foi importante, sobretudo para a criação de uma escola de pintura, ainda hoje famosa.
José Ferreira Pinto Basto, desenvolveu uma exemplar obra social dentro do espaço da fábrica, com infraestruturas de primeira necessidade e de lazer para os trabalhadores da fábrica. Construiu um parque habitacional, o seu próprio corpo de bombeiros, o seu teatro, a sua horta colectiva, e uma banda de música. Desta forma preservou a identidade daquilo que era uma unidade industrial da época e o que era o empreender com base familiar e respectiva preocupação social, a par com o crescimento económico.
Até ao final da primeira Grande Guerra, o período áureo da fábrica foi interrompido, já que as conturbações sociais encaminharam a empresa para grandes dificuldades. Contudo, o espírito introduzido pelo fundador e a manutenção da escola de desenho e pintura pelo pintor Duarte José de Magalhães estimularam a reorganização e modernização da empresa.
De 1922 a 1947, registou-se uma enorme renovação artística, destacando-se a colaboração de artistas de renome nacional, tais como Roque Gameiro, Raul Lino, Leitão de Barros, Piló, Delfim Maia, entre outros.
Entre 1947 e 1968, a Vista Alegre realizou contactos internacionais, a formação de quadros técnicos especializados e a aquisição da principal concorrente, a Electro-Cerâmica.
Na década de 1970, a fábrica deu importantes passos na sua modernização tecnológica e prestou mais atenção à formação de jovens pintores.
Em 1983, criou o Gabinete de Orientação Artística (GOA) e, dois anos depois, o Centro de Arte e Desenvolvimento da Empresa (CADE), com a finalidade de fomentar a criatividade e contribuir para a formação nas áreas de desenho, pintura e escultura. Consequentemente, nasceram as séries limitadas de peças de porcelana, chamadas de séries especiais e peças comemorativas.
Em 2009, o Grupo Vista Alegre Atlantis passou a integrar o portefólio de marcas do Grupo Visabeira. A empresa, pela sua história e tradição, mantém-se a mais emblemática empresa do Grupo, produzindo cerca de 10 milhões de peças por ano, entre porcelana decorativa e doméstica.
Mais do que um espaço fabril, a Vista Alegre é hoje um conjunto arquitetónico de inegável interesse, um repositório de memórias sociais e artísticas fundamentais para a construção da identidade nacional.
Na margem esquerda do Rio Boco, em Ilhavo, distrito de Aveiro, localiza-se a fábrica de porcelana da Vista Alegre, que engloba o Museu, a Oficina de Pintura Manual da Fábrica, a Capela, as Lojas e o Bairro Operário.
Killian Mider
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